quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uso de Espuma no Tratamento de Varizes

A escleroterapia de varizes com espuma é muito parecida, em termos de procedimento em si, com a escleroterapia convencional, exceto pelo fato de que a medicação é injetada na forma de um "mousse" ou "espuma".
Esta espuma é obtida a partir de alguns medicamentos que também são usados pela escleroterapia tradicional. É uma classe de medicamentos chamada de "detergentes" pois agem na gordura da parede das células das varizes. O mais utilizado é o polidocanol em concentrações variáveis para tratar tais varizes e vasinhos.
A espuma é gerada de forma estéril, misturando com ar ambiente ou gás carbônico, através de duas seringas conectadas com uma pequena torneira.
A grande vantagem da espuma em relação ao método convencional é o seu melhor efeito em varizes de maior calibre. A espuma, por ser mais densa, "empurra" o sangue ocupando todo o volume das varizes sem que haja diluição da substância esclerosante pelo sangue.
Desta forma a "agressão" à parede vascular (das varizes) é maior, melhorando o efeito esclerosante da aplicação. Mas esta melhora só leva vantagem sobre a escleroterapia tradicional nas varizes de calibre maior (microvarizes e veias varicosas). Até as veias safenas podem ser tatadas desta forma.
Alguns cuidados técnicos devem ser observados quando da realização da escleroterapia (aplicação) de varizes com espuma:
• o volume de ar injetado nas varizes deve ser observado com muito cuidado;
• o tratamento de varizes mais calibrosas e das veias safenas deve ser realizado com o auxílio do ultra-som Doppler, para ter certeza que a injeção está sendo feita dentro da veia;
• o método tem seus riscos potenciais maiores que a aplicação (escleroterapia) convencional e seu uso tem que ser muito bem pesado entre os riscos e os benefícios;
• não é um método que substitua a cirurgia ou a esclerose convencional de varizes; tem suas aplicações específicas e o cirurgião vascular vai definir se é o método adequado para cada caso;
• como qualquer método de tratamento vascular, deve ser realizado por médico angiologista e/ou cirurgião vascular com experiência no tratamento das varizes e que esteja familiarizado com o procedimento.
Texto Extraido de Fluxo Clínica Médica Especializada S/C Ltdahttp://fluxo.com/servicos/espuminha.html

domingo, 1 de agosto de 2010

TÉCNICA CIRÚRGICA PARA MICROCIRURGIA DE VARIZES

A técnica mais difundida em nosso meio é a da
exérese das veias dilatadas com o uso de
agulhas de crochê. Acreditamos que a grande
maioria dos cirurgiões vasculares brasileiros
opte pelo método cirúrgico para tratar
microvarizes e varizes.

O procedimento pode ser realizado sob
anestesia local, regional ou geral. Sob
anestesia local recebe o apelido de “micro”
como abreviação de mini-cirurgia de
microvarizes. Há também o tratamento
cirúrgico das telangiectasias combinadas, onde
utilizamos a técnica da agulha de crochê para
retirar a veia matriz incompetente e
transformar a telangiectasia combinada em
simples.

Indicação. A técnica da agulha de crochê é
indicada para varizes e microvarizes de
diversos calibres. As microvarizes mais finas
(2 milímetros) podem, eventualmente, serem
tratadas com escleroterapia química ou
térmica, com bons resultados, mas havendo
risco de hiperpigmentação (mais comum na
escleroterapia química).

A Técnica. Primeiramente deve-se avaliar a
extensão da área a ser tratada. A área é
limitada devido a restrições da dose do
anestésico local. A experiência vai auxiliar no
cálculo, mas, grosso modo, uma micro se
estende em uma área de aproximadamente 20
a 30 centímetros de diâmetro, ou ainda, 40 a
50 perfurações para exérese de microvarizes.
Se não for possível remover todos os vasos em
um mesmo procedimento, pode-se dividir o
tratamento em duas ou três micros. Neste
caso, ou em maiores quantidades, muitas vezes
vale o tratamento cirúrgico sob anestesia locoregional
(peridural ou raquidiana).

Preparos. Como todo procedimento
ambulatorial, a paciente deve vir acompanhada
e não pode dirigir carro após o procedimento.
Não há necessidade de jejum ou exames préoperatórios
para procedimentos como este
com anestesia local. Recomendamos que não
venha com baton ou esmalte nas unhas
(monitoração da oximetria)
Material. O material mínimo necessário
consiste em dois campos cirúrgicos, gazes, uma
pinça para antissepsia, três pinças tipo “babymosquito”,
um porta agulhas pequeno, uma
tesoura delicada, bisturi lâmina 11 e/ou
agulha(s) 30x12, fios 6-0 para sutura, fios 3, 4
ou 5-0s para ligaduras, algodão ortopédico e
faixas crepe (Figura 7). Idealmente,
acrescenta -se compressas descartáveis e
aventais descartáveis ou de pano
reesterelizados.

COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA DE VARIZES :

a) Pigmentação – Pode ocorrer no local de
perfuração da pele. Costuma regredir de 2
meses a um ano . O uso de
cremes despigmentantes pode ajudar, mas
o fundamental é não manipular as bordas
da ferida durante a exérese das varizes e
não expor ao sol enquanto a pele ainda
estiver marcada.
b) Quelóide – Paciente com cicatriz
queloideana em outras áreas do corpo
merecem especial atenção. Deve-se
redobrar a atenção para não traumatizar a
derme ao extrair o vaso.
c) Tufos de telangiectasias secundárias –
Quando se extrai um segmento de veia
varicosa é necessário que seja executado
ao longo do seu prolongamento até o ponto
onde a veia esteja normal. Caso contrário
se na região do coto ainda houver refluxo,
em pouco tempo, poderá ocorrer o
aparecimento de telangiectasias
secundárias.
d) Lesão de nervos – Nervos subcutâneos
podem ser lesados ou até mesmo
extraídos. As principais áreas de risco são
a região junto a porção látero-superior da
fíbula (lesão do nervo fibular), levando ao
pé caído, e o terço distal póstero-lateral
da perna (lesão do nervo sural), levando a
uma alteração de sensibilidade local ou dor
com grande desconforto para o paciente
Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro